- Arquitetura moderna
A Arquitetura Moderna é uma designação genérica para o conjunto de movimentos e escolas, que vieram a caracterizar a arquitetura produzida durante grande parte do século XX, inserida no contexto artistico e cultural do Modernismo. O termo modernismo é uma referência que não traduz diferenças importantes entre arquitetos de uma mesma época. Semana de Arte Moderna 1922

O International Style, conceito inventado pelo crítico Henry Russel Hitchcock e utilizado pela primeira em 1932, traduz esta posição de convergência criada pelos CIAM. Com a criação da noção de que os preceitos da arquitetura moderna seguiam uma linha única e coesa, tornou-se mais fácil a sua divulgação e reprodução pelo mundo. Dois países onde alguns arquitetos adotaram os preceitos homogêneos do International Style foram Brasil e Estados Unidos. O International Style traduz um conjunto de vertentes essencialmente européias (principalmente as arquiteturas de Gropius, Mies e Le Corbusier), ainda que figuras do mundo todo tenham participado dos CIAM. Uma outra vertente, de origem norte-americana, é relacionada à Frank Lloyd Wright e referida como arquitetura orgânica. Um dos princípios básicos do modernismo foi o de renovar a arquitetura e rejeitar toda a arquitetura anterior ao movimento; principalmente a arquitetura do século XIX expressada no Ecletismo. O rompimento com a história fez parte do discurso de alguns arquitetos modernos, como Le Corbusier e Adolf Loos. Este aspecto – na sua forma simplificada – foi criticado pelo pós-modernismo, que utiliza a revalorização histórica como um de seus motes.
Uma das principais bandeiras dos modernos é a rejeição dos estilos históricos principalmente pelo que acreditavam ser a sua devoção ao ornamento. O ornamento, por sua vez, com suas regras estabelecidas pela Academia, estava ligado à outra noção combatida pelos primeiros modernos: o estilo. Os modernos viam no ornamento, um elemento típico dos estilos históricos, um inimigo a ser combatido: produzir uma arquitetura sem ornamentos tornou-se uma bandeira para alguns. Junto com as vanguardas artísticas da décadas de 1910 e 20 havia um como objetivo comum a criação de espaços e objetos abstratos, geométricos e mínimos.
O modernismo foi introduzido no Brasil através da atuação e influencias de arquitetos estrangeiros, embora tenham sido arquitetos brasileiros como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa que mais tarde tornaram o estilo conhecido e aceito.
Os arquitetos modernistas buscam o racionalismo e funcionalismo em seus projetos, apresentando algumas formas geométricas definidas, sem ornamento, separação entre estrutura e ornamento, uso de pilotis para deixar livre o espaço do edifício, uso do vidro, integração da obra com a paisagem entre outros.
- Modernismo em São Paulo
O movimento moderno destacou-se especialmente nos anos 60 e 70, e ficou conhecido como brutalismo. Este período marcou a sociedade tanto em seu sentido ético social, quanto pela busca por aspectos culturais de identidade brasileira para um movimento que trata a arquitetura com algo universal. As características que marcam o brutalismo é a utilização de concreto bruto, tijolos aparentes, instalações aparentes, destaque das caixas d’água, destaque volumétrico de elevadores e escadas. O discurso dos brutalistas girava em torno da descrição simplista do projeto, dos materiais, da criatividade estrutural, exaltava o aspecto revolucionário do programa, a organização não convencional da edificação, a fluidez dos espaços, a simplicidade dos materiais. O conjunto arquitetônico reunia a composição particular com ênfase em: na horizontalidade nos jogos de níveis quase sempre reunidos num bloco único, destacado do chão; tratamento cuidadoso de estrutura de concreto armado aparente; elementos de circulação têm função destacada: se internos, definem zoneamento e usos, se externos, sua presença plástica é marcante. A tecnologia empregada é a do concreto armado ou protendido, fundido in loco, utilizando lajes nervuradas, pórticos, pilares com desenho diferenciado, sempre com vãos livres e balanços amplos, sheds, grandes empenas de concreto usadas como quebra-sol ou plano de reflexão de luz, jogos de iluminação zenital/lateral, volumes anexos com estrutura independente. “Nos memoriais os autores mostram-se preocupados com a flexibilidade de uso dos espaços e possível renovação na sua destinação; segundo eles, isso comparece no projeto através da modulação, previsão de amplos espaços cobertos, concentração de funções de serviço. Sua relação com o entorno é claramente de constraste visual, apesar de se proporem integrados com o sítio, pela facilidade de acessos”. (ZEIN, 1983, op.cit., p.81). Algumas obras merecem destaque: o Museu de Arte de São Paulo (MASP) da arquiteta Lina Bo Bardi e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, de Villanova Artigas.
- MASP
O MASP foi inaugurado em 2 de outubro de 1947 por Assis Chateaubriand, fundador e proprietário dos Diários e Emissoras Associados, e pelo professor Pietro Maria Bardi, jornalista e crítico de arte na Itália, recém-chegado ao Brasil. Lina Bo arquiteta modernista italiana e esposa do professor Bardi, concebeu arquitetonicamente o prédio atual do MASP. O terreno da Avenida Paulista havia sido doado à municipalidade com a condição de que a vista para o centro da cidade bem como a da serra da Cantareira fosse preservada, através do vale da avenida 9 de Julho. Assim, a arquiteta idealizou um edificio sustentado por quatro pilares permitindo, assim, aos que passam pela avenida possa descortinar o centro da cidade. Em construção civil é único no mundo pela sua peculiariedade: o corpo principal pousado sobre quatro pilares laterais com um vão livre de 74 metros. Sua arquitetura moderna chama atenção, e o vão livre do MASP é o maior da América Latina.
Veja a organização do prédio:
• No térreo, acontece uma feira de antiguidades nos finais de semana, uma das mais tradicionais.
• No primeiro andar e no primeiro subsolo, ficam as exposições temporárias.
• No segundo andar, fica exposto o acervo permanente do museu em ordem cronológica.
• No segundo subsolo, ficam os dois anfiteatros, o restaurante e a Escola do Masp, que oferece cursos de história da arte. Essa estrutura avançada exigiu uma solução cujo desafio foi aceito pelo professor Dr. José Carlos de Figueiredo Ferraz que aplicou seu sistema de protensão.
Museu de Arte de São Paulo Fonte:http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=39815998
FAU-USP
Faculdade da Arquitetura e Urbanismo da USP
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq079/arq079_02.asp A FAU-USP,
Concluída em 1969, apresenta-se como um paralelepípedo retangular com faces laterais cegas em concreto bruto e pilares do mesmo material. Estes sustentam todo o peso da massa edificada. A obra retrata contrastes entre as partes altas, fechadas por superfícies planas, e a parte baixa envidraçada e recuada dos pilares. A edificação possui um grande vazio central, com mais de 15m de altura, e uma rampas que destacam-se pela horizontalidade. Este edifício remete a continuidade do espaço construído para o não-construído, mostrando algo significativo na obra de Artigas, a preocupação com o modo de vida comunitário, que preocupa-se com os contatos humanos. “Aqui, o brutalismo é total, material e espiritualmente: ele se manifesta tanto no emprego sistemático dos materiais nus, quanto na evidenciação dos conflitos com que se choca todo artista criador.” (BRUAND, 2003, p. 302)
- Modernismo no Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro o movimento moderno chegou por volta de 1931, após a primeira visita de Le Corbusier à cidade, realizada em dezembro de 1925. Foi a partir de então que começaram os estudos de uma nova arquitetura para a capital federal. Mas foi por volta de 1936 (data da segunda visita de Le Corbusier) que de fato o espírito funcionalista foi empregado na arquitetura carioca. O edifício emblemático desta fase é, sem dúvidas, a sede do Ministério de Educação e Saúde.
- Edifício Gustavo Capanema
O atual Edifício Gustavo Capanema, também conhecido como Ministério da Educação e Saúde, é um edifício público localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Ministério da Educação e Saúde
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/lucio-costa-100-anos-o-pendulo-21-03-2002.html
O edifício é considerado um marco da Arquitetura Moderna Brasileira, pois é o primeiro prédio modernista construído, bem como, primeiro edifício neste estilo no Brasil. Foi projetado por uma equipe composta por Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos e Jorge Machado Moreira, com a consultoria do arquiteto Le Corbusier.
Ministério da Educação e Saúde
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Edif%C3%ADcio_Gustavo_Capanema
O projeto procura seguir as remomendações de Le Corbusier e que ele considerava uma “nova arquitetura”: o uso de pilotis – com o conceito de permeabilidade dos pedestres no térreo, a vedação do edifício é feita por cortinas de vidro, sendo utilizado brise-soleil – horizontais e verticais – para evitar a incidência direta de radiação solar na fachada norte, fachada-livre, planta-livre e o terraço-jardim.
Ministério da Educação e Saúde .
Fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/lucio-costa-100-anos-o-pendulo-21-03-2002.html
Por ser elevado sobre pilotis – com um enorme pé-direito de 9m no térreo – e com vedação de cortinas de vidro a leveza é uma das percepções principais existentes em relação ao edifício, bem como, imponência, causado pela altura do edifício e pelos materiais utilizados.
- Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho) – 1946
O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, mais conhecido como Pedregulho, localiza-se no Bairro São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Projetado por Affonso Eduardo Reidy, em 1946, o Pedregulho teve como colaboradores Burle Marx – responsável pelo paisagismo, Cândido Portinari – pela execução de painéis de azulejos – e a engenheira Carmem Portinho – responsável técnica.
Pedregulho
Fonte: http://www.educatorium.com/projetos/projetos_int.php?id_projetos=7
O Conjunto Residencial é uma herança da arquitetura moderna, está localizado em um terreno com aproximadamente 50 mil m² e apresenta: três blocos de residências, uma escola, lavanderia e mercado, centro de saúde, ginásio, piscina e quadra esportiva.
Pedregulho
Fonte: http://www.educatorium.com/projetos/projetos_int.php?id_projetos=7
O Pedregulho adota alguns elementos vindos do modernismo. Como o uso de pilotis com modulação, cobogós, formas sinuosas – orgânicas, janelas em fita. Por ser elevado sobre pilotis em dois pavimentos, tem-se a sensação de leveza do edifício.
Pedregulho
Fonte: http://www.educatorium.com/projetos/projetos_int.php?id_projetos=7
- Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq079/arq079_02.asp
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) é um dos mais importantes no cenário cultural brasileiro. Localiza-se na cidade do Rio de Janeiro, no Parque do Flamengo. Seu edifício-sede é a obra mais conhecida do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, cujo projeto paisagístico é Burle Marx. Representa um marco na arquitetura brasileira.
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq079/arq079_02.asp
O edifício segue a orientação da arquitetura racionalista moderna, que vigorava no momento. É resultado de linhas retilíneas, possui como características modernistas a modulação de seus pilares com economia – localiza dois pilares em uma única sapata, possui fachada envidraçada protegida por brises verticais – pilares – e horizontais para protegê-la da incidência direta de radiação solar, planta-livre, fachada livre e seu térreo é elevado favorecendo a permeabilidade dos pedestres.
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq079/arq079_02.asp
- Casa das Canoas
A Casa das Canoas foi projetada em 1951 e construída em 1953 por Oscar Niemeyer para sua residência, na Rua Carvalho de Azevedo, na Estrada das Canoas, em São Conrado, cidade do Rio de Janeiro.
Casa das Canoas
Fonte: http://spintravel.blogtv.uol.com.br/
“Minha preocupação foi projetar essa residência com inteira liberdade, adanptando-a aos desníveis do terreno, sem o modificar, fazendo-a em curvas, de forma a permitir que a vegetação nelas penetrasse, sem a separação ostensiva da linha reta”.
Oscar Niemeyer
Casa das Canoas
Fonte: http://img406.imageshack.us/img406/9554/84346739bz4.jpg
Em 1949, Niemeyer havia construído uma casa de campo em Mendes, no estado do Rio de Janeiro. Quatro anos depois, constrói esta outra habitação que ele recorda prazerosa e frequentemente pela idéia do “teto de forma livre” experimentado na Casa do Baile na Pampulha, mas que depois menciona com oportuna e mais completa atenção. De fato, a obra constitui, na mágica integração entre espaços arquitetônicos abertos e ambiente natural de rocha, vegetação e água, uma das mais indiscutíveis obras-de-arte de Niemeyer.
Casa das Canoas
Fonte: http://correiogourmand.com.br/roteiros_nacionais_brasil_povo_oscar_niemeyer_01.htm
No ano em que Oscar Niemeyer completou 100 anos, 2007, o IPHAN decidiu pelo tombamento de 35 obras de sua autoria e entre elas a Casa das Canoas.
Casa das Canoas
Fonte: http://www.elpais.com/fotogaleria/Oscar/Niemeyer/4808-8/elpfot/
O arquiteto nesta obra utiliza um conceito vindo da arquitetura modernista organicista de que “a arquitetura nasce do lugar”. Ele procura ao máximo a integração da residência com o ambiente em que está inserida, que até mesmo pedras encontradas, são deixadas no projeto em seu lugar original. Utiliza principalmente de linhas sinuosas e fachada com vedação de cortinas de vidro.
- MODERNISMO EM BELO HORIZONTE
O momento mais efervescente de consolidação do modernismo ocorreu no início dos anos 40, incentivado pelo prefeito Juscelino Kubitschek. O político visava transformar a cidade em uma metrópole moderna capaz de realizar intercâmbio com os principais centros urbanos do país. Seu programa focalizava a expansão urbana, a abertura de largas avenidas e a criação de novos bairros como a Cidade Industrial e a Pampulha. Kubitschek fundou também o Instituto de Belas Artes, dirigido pelo mestre Guignard, que tornou-se o centro de convergência da intelectualidade e dos artistas modernos da cidade. O prefeito patrocinou, ainda, a Exposição Nacional de Arte Moderna, apresentando artistas brasileiros de renome – Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Djanira, Goeldi, Volpi e outros. A mostra foi acompanhada de conferências e debates realizados pelos poetas modernistas, entre eles, Oswald de Andrade, que apontava o momento como propício à reavaliação do movimento modernista. Realizou-se uma segunda Semana de Arte Moderna em 1944, com repercussão semelhante à Semana de 22 em São Paulo. Mas, enquanto a semana paulistana marca o início das manifestações de vanguarda no Brasil, a semana belo-horizontina consolida o movimento em nível nacional. A consolidação do modernismo em Belo Horizonte revela muito bem as relações de poder entre o projeto de modernização de Juscelino Kubitschek e a política cultural moderna do Ministro Gustavo Capanema durante o Estado Novo. Indica a emergência de um projeto típico do modernismo tardio, quando o Estado utilizou o potencial artístico inovador para marcar sua orientação progressista e modernizadora.
- Complexo da Pampulha – 1943
Em 1936, na administração do Prefeito Otacílio Negrão de Lima, iniciou-se o represamento do Ribeirão Pampulha – mais tarde a construção da Lagoa, que tinha finalidade de amortecer enchentes e contribuir para o abastecimento de água em Belo Horizonte. Foi inaugurada em 1943, no momento mais efervescente da consolidação da arquitetura modernista na cidade, na época, sendo desenvolvida pelo prefeito Juscelino Kubitschek.
Croqui da Lagoa da Pampulha
Fonte: http://www.arquiteturamodernacapixaba.hpg.ig.com.br/introd-AMB.html
A Pampulha foi criada para ser um local de lazer e de turismo, com uma Igreja dedicada a São Francisco de Assis, um cassino, um clube e uma casa de baile. Para a implementação deste projeto, Juscelino Kubitschek convidou arquitetos, paisagistas e artistas plásticos brasileiros – Oscar Niemeyer, Cândido Portinari, Burle Marx, Ceschiatti, José Pedrosa, August Zamoisky e Paulo Osir Rossi – que planejaram de acordo com os padrões modernistas internacionais.
Pampulha
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
A lagoa já sofreu diversas alterações. Começou sendo uma represa. Após isso, a represa foi desativada, reaberta e aumentada tornando-se uma lagoa. Hoje, a lagoa da Pampulha tem o seu volume muito superior a seu volume original, parte dela foi aterrada para a instalação do Parque Ecológico da Pampulha. Possui 18 km de extensão.
Pampulha
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Nas últimas décadas, o fenômeno de assoreamento da Lagoa e da deteriorização de suas águas, chegando à perda de 50 % do volume de reservação e 40% da área do espelho d’água, apresentando elevados teores de matéria orgânica e baixa concentração de oxigênio.
Pampulha
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Ao longo dos anos, a ocupação desordenada e os escassos investimentos de saneamento básico trouxeram sérias consequências sócio-ambientais para a bacia da Pampulha. Hoje, estes problemas encontram-se refletidas não só no estado de degradação do espelho d’água na lagoa como nas condições de vida da população residente ao redor de sua orla, a população essa estratificada em diversos níveis sócio-econômicos, variando do padrão muito baixo até muito alto.
Pampulha
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
A situação social da população da bacia agravou-se pela precariedade do saneamento básico. Cerca de 30% da área não possui rede de coleta de esgotos e aproximadamente 20% não é atendida com coleta regular de lixo. Os índices de qualidade de vida na lagoa estavam 90% mais baixo do que no município. Devido a esta ocupação desordenada passou a receber anualmente cerca de 380.000 m³ de sedimentos. Ao persistir esta situação em 2020, como consequência do assoreamento, a Lagoa da Pampulha perderá uma de suas finalidades, o amortecimento das cheias. Para isso, a Prefeitura de Belo Horizonte está criando programas para a recuperação das águas da bacia.
Pampulha
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Casa do Baile – 1943
Casa do Baile
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Seu desenho é inspirado na paisagem em que se insere, sua arquitetura possui curvas que acompanham as formas da lagoa. Em sua origem, 1943, era um salão de danças, que chegou a abrigar um cassino fechado em 1948. Atualmente, abriga um espaço destinado à temática arquitetônica, urbanística e do design, os jardins foram revitalizados respeitando o projeto paisagístico original de Burle Marx.
Casa do Baile
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Esta edificação utiliza as regras da Corrente Modernista Orgânica, pela utilização de formas que relembrem a natureza, como se brincasse com ousadia através de suas linhas sinuosas ao encontro com a Lagoa da Pampulha. Possui planta-livre, bem como, fachada livre e, a utilização de panos de vidro, dando a sensação de leveza.
Casa do Baile
Fonte:Vaneza KrombauerData: Julho/2009
- Igreja São Francisco de Assis – 1943
Igreja São Francisco de Assis
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Principal obra do complexo da Pampulha, uma das mais importantes do Oscar Niemeyer. Seu interior abriga 14 painéis que retratam a Via Sacra e a vida de São Francisco, considerada a obra mais significativa de Portinari. Os jardins também foram projetados por Burle Marx.
Igreja São Francisco de Assis
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Esta edificação se encaixaria na Corrente Modernista Organicista pela utilização das formas da natureza, relembrando as formas sinuosas da Lagoa da Pampulha. É um edifício assimétrico, demonstrando a ousadia de Niemeyer.
Igreja São Francisco de Assis
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
- Museu de Arte da Pampulha – 1943
Museu de Arte
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Primeiro projeto de Oscar Niemeyer, começou como um Cassino. Este foi fechado em 1946, devido às proibições de jogos no país. Em 1957, o chamado Palácio de Cristal passou a funcionar como Museu de Arte. Sua concepção foi influenciada pelos princípios de Le Corbusier. Os jardins, assinados por Burle Marx, são uma homenagem ao verde tropical. Complementando a obra, estátuas de Ceschiatti, Zamoiski e José Pedrosa estão dispostos nos jardins. Hoje, o Museu de Arte da Pampulha possui um acervo de 900 obras.
Museu de Arte
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Este edifício possui uma mescla em relação à forma na sua concepção estética, na fachada frontal do museu percebe-se o predomínio de linhas retilíneas, bem como, no encontro da edificação com a Lagoa da Pampulha suas linhas são principalmente sinuosas. A construção é assimétrica, mas mesmo assim, possui uma modulação dos pilare – com o uso de cheios e vazios através da modificação da altura da estrutura.
Museu de Arte Fonte:Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
- MODERNISMO EM BRASÍLIA
Mudar a capital era sonho antigo na história do Brasil. O Rio de Janeiro, cidade que se tornou capital da Colônia em 1763 e que recebeu a Corte portuguesa em 1808, apresentava inúmeros problemas. Além de ser vulnerável às invasões estrangeiras, tinha no clima tropical, que favorecia as epidemias, um grave obstáculo. Já na República, a cidade foi palco de inúmeras revoltas e era considerada o espaço da desordem. Tudo isso favorecia o sonho de uma capital no interior. A mudança para o interior foi prevista já na primeira Constituição republicana, em 1891. Mantida a menção a uma futura mudança na Constituição de 1934, também se discutiu o assunto na Constituinte de 1946, e houve até um projeto de transferência da capital para o Triângulo Mineiro. Em 1946 e 1953 novas comissões de localização foram nomeadas para o mapeamento de áreas, foi uma dessas comissões que escolheu o local onde deveria ser instalada a nova capital. Assim, não se pode falar propriamente em improviso quando JK decidiu construir Brasília. No início dos anos 40, os poderes públicos federal, estadual e municipal, estados e prefeituras estiveram envolvidos com projetos de reformulação das cidades antigas, de elaboração de planos diretores, de abertura de grande avenidas. As linhas mestras da “política territorial” – políticas de povoamento, regulando o deslocamento populacional, de transporte e de comunicação – do governo Vargas seriam retomadas por JK. Como prefeito, governador e presidente, JK também investiu em políticas de transporte e comunicação e realizou, por fim, o sonho de completar os vazios do território e preencher as lacunas da nação.
- Concepção Urbanística
No dia 19 de setembro de 1956 foi lançado o edital para o concurso do plano piloto, que estabelecia o prêmio de um milhão de Cruzeiros para o autor do projeto vencedor. A nova capital nascia da intenção de uma grande aventura e havia a expectativa de se encontrar um projeto que imprimisse a contemporaneidade e a ousadia esperada de Brasília. Até o dia 11 de março de 1957, a comissão julgadora do concurso tinha recebido 26 projetos num total de 63 inscritos.
Croqui Plano Piloto http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp139.asp
O projeto escolhido foi o de Lúcio Costa, que nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar, promovendo o encontro de dois eixos. Um conceito simples e universal. Lúcio Costa foi o vencedor, não pelo seu detalhamento, mas pela concepção urbanística e pela fantástica descrição de seu estudo.
Croqui Plano Piloto http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc171/mc171.asp
Brasília é uma cidade totalmente construída com idéias modernistas. O valor do seu plano urbanístico e de seus monumentos faz com que Brasília seja um marco mundial da arquitetura e urbanismo modernos. Assim, a Capital do Brasil foi o primeiro núcleo urbano, construído no século XX, considerado digno de ser incluído na lista de bens de valor universal, recebendo o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1987, pela UNESCO.
Croqui Plano Piloto http://www.vitruvius.com.br/minhacidade/mc171/mc171.asp
O reconhecimento de seu valor patrimonial fundamentou-se no plano urbanístico de Lúcio Costa, concebido em quatro escalas estruturais:
• Monumental – compreendida em todo o Eixo Monumental e que abriga a alma político-administrativa do País;
• Gregária – representada por todos os setores de convergência da população;
• Residencial – composta pelas Superquadras Sul e Norte;
• Bucólica – que permeia as outras três, por se destinar aos gramados, praças, áreas de lazer, orla do lago Paranoá e aos jardins tropicais de Burle Marx.
Maquete Plano Piloto
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Da interação dessas quatro escalas nasceu uma cidade que “sendo monumental, é também cômoda, eficiente, acolhedora e íntima. É ao mesmo tempo, derramada e concisa, bucólica e urbana, lírica e funcional…” (Lúcio Costa).
Eixo Monumental
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Ele eliminou cruzamentos para que o tráfego dos automóveis fluísse mais livremente, concebeu os prédios residenciais com gabarito uniforme e construídos sobre pilotis para não impedir a circulação de pessoas. Uma cidade rodoviária com amplas avenidas e vasto horizonte, valorizando o paisagismo e os jardins.
Esplanada dos Ministérios
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Concepção Arquitetônica Para compor o plano urbanístico, Oscar Niemeyer projetou monumentos marcantes, considerados o melhor da expressão arquitetônica moderna brasileira. O grande diferencial desses monumentos e de outros espaços de Brasília é a integração da arte à arquitetura. Com isso, vários artistas de participaram da construção da capital, transformando-a em palco de experimentação das artes.
Congresso Nacional A leveza e a esbeltez são perseguidas com obsessão. Um exemplo marcante é o Congresso Nacional, cuja forma e dimensões escapam aos padrões usuais, atraindo a atenção dos especialistas mundiais para a solução estrutural adotada.
Congresso Nacional
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Este edifício possui alguns dos cinco pontos da arquitetura modernista inventados por Le Corbusier, dentre eles estão presentes: o uso de pilotis, fachada livre, planta livre, bem como, a utilização de pano de vidro – evolução das janelas em fita.
Câmara dos Deputados
Fonte: Vaneza Krombauer Data: Julho/2009
Predomínio de linhas retas – algumas horizontais, outras verticais (edifícios em altura) – com um fechamento monumental, através das linhas côncavas e convexas atendendo ao programa de necessidades da edificação. É um edifício assimétrico, mas sua estrutura é concebida através de módulos, causando ritmo a fachada.
João Batista Vilanova Artigas (1915–1985) nasceu na cidade de Curitiba em 1915.
Graduou-se engenheiro-arquiteto na Escola Politécnica da USP. Foi responsável pelas primeiras manifestações modernistas na arquitetura de Curitiba.
Suas primeiras obras datam dos anos de 1940 quando sua arquitetura era fortemente influenciada pelos projetos de Frank Lloyd Wright. Mais tarde, Artigas assumiu a influência de Le Corbusier.
Em 1940 foi professor de arquitetura na Universidade de São Paulo.
Sua arquitetura foi baseada em formas geométricas preliminares e o uso do concreto reforçado como estrutura.
Artigas, muito embora tenha atuado principalmente em São Paulo, deixou significativas obras na capital, e mesmo no interior paranaense. Como é o caso da Rodoviária de Londrina.A proposta arquitetônica é caracterizada pela presença marcante de um conjunto de sete cascas de concreto armado em forma de abóbada.
A rodoviária é um marco arquitetônico, desde sua inauguração, modernizando o centro da cidade e tornando-se referência, tanto internamente, quanto externamente, ao Estado do Paraná.
Fonte: Pisani, Maria Augusta Justi (2006)
Entrada pela fachada sul. Fonte: PISANI, Maria
Augusta Justi Pisani (2006)
Na fachada norte, Artigas adota a solução de uma “cortina” de “brise soleil”, solução esta não usual para a época e que, posteriormente, irá se constituir em importante elemento caracterizador da Arquitetura Moderna brasileira.
Fachada norte. Fonte: Pisani, Maria Augusta Justi
Em 196, juntamente com Carlos Cascaldi, recebeu a missão de projetar o novo edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, localizado na Cidade Universitária .
http://www.fernando.arq.br/artigas.htm
(…)O prédio da FAU, como proposta arquitetônica, defende a tese da continuidade espacial. Seus 08 pavimentos são ligados por rampas suaves e amplas em desníveis que procuram dar a sensação de um só plano. Há uma interligação física contínua em todo prédio. O espaço é aberto e as divisões e os andares praticamente não o secionam, mas,
simplesmente lhe dão mais função(…). (Artigas)
A proposta central do projeto reside na idéia de continuidade espacial, que o grande vazio central explicita. Os seis pavimentos, ligados por rampas largas de inclinações suaves e variáveis, dão a sensação de um só plano.
O prédio da FAU/USP é considerado uma das obras-mestras de Artigas, tornando-se uma das figuras mais importantes da arquitetura em São Paulo, na década seguinte.
www.petersampa2008.blogspot.com
O projeto destaca-se como paradigma de uma arquitetura definida pela beleza de suas formas e acabamentos. Abrigando espaços que se comunicam, a proposta aumenta o grau de convivência, de encontros, de comunicação.”
Artigas teve uma importante participação na arquitetura moderna brasileira. Muitos arquitetos tais como Paulo Mendes da Rocha, Décio Tozzi, Ruy Ohtake foram influenciados por seus projetos, seus pensamentos assim como pelas suas ações. Em 1985 o UIA reconhecendo seu valor como arquiteto concedeu lhe o prêmio de August Perret pela aplicação da tecnologia na arquitetura.
“Admiro os poetas. O que
eles dizem com duas palavras a gente
tem que exprimir com milhares de tijolos.”
Vilanova Artigas
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